domingo, janeiro 07, 2007

Acabei 2006 em força - IV - Erges.

Dia 30.

Após a agradável criação da cache "Abutres!", desloquei-me até a zona da fronteira em Segura, Rio Erges. A viagem foi brindada com uma paisagem sempre muito verde e agradável.

Chegado lá, fui logo espreitar a fronteira. Deparei-me com uma ponte sobre o Rio Erges, de traça inicial de estilo romano e dois postos fronteiriços; do lado de Portugal, já transformado em Posto de Turismo, do lado de Espanha, aparentemente fechado. As primeiras impressões foram para o forte caudal do rio, para o estreito montanhoso que parece estrangular o rio com se fosse umas "portas do Ródão" e para a existência de uma painel informativo (em muito bom estado) que descreve a região e apresenta um percurso pedestre de visita à zona ribeirinha e às diversas minas abandonadas da região.














Desloquei-me logo para a zona que tinha referenciada, "atravessou o rio Erges perto de Segura, um pouco para cima dos moinhos, antes da fronteira".

Comecei logo a ficar agradado com o local. Pareceu-me interessante para uma cache mesmo sem tema. Apenas como local.















Andei então o resto da tarde a espiolhar todos os pontos e estradões que se afastam e regressam junto do rio, tendo para isso que desviar algumas árvores que os madeireiros deixaram nas estradas florestais, tentando perceber por onde se deslocariam as pessoas que emigraram às escondidas. Por onde teriam exactamente atravessado, que estradões teriam tomado, já do lado espanhol para se deslocarem até à povoação de Piedras Albas onde retomaram o meio de transporte que os tinham trazido até à entrada de Segura.

Comecei a perceber que ia ser difícil colocar um dos passos da multicache do lado de Espanha porque o rio estava com um caudal considerável (não bastava arregaçar as calças e calçar umas sandálias).










Quando terminei o reconhecimento do local, já escurecia e decidi que tinha que ficar na zona para colocar a "A Salto". Como já estava preparado para isso, foi só fazer o telefonema à Mila e desligar rapidamente o telefone para preservar a saúde dos meus tímpanos.

Dirigi-me então ao centro da povoação onde falei com duas pessoas para confirmar as informações quanto aos locais de atravessamento do rio e indagar sobre locais de pernoita.
Os locais de atravessamento, sim, eram os que imaginava, a pernoita, não, só em Termas de Monfortinho. Ali só havia o "33", um restaurante.

Rumei a Termas já com o Sol posto onde cheguei e fui arranjar dormida e tomar banho. A pensão Batista pareceu-me uma boa solução em termos de preço-qualidade. Simples, sem luxos mas com tudo o que precisava; um quarto aquecido, com casa de banho e TV (vícios...).

Tomei banho e fui jantar a uma restaurante que me indicaram na pensão. Aí escolhi um versão regional do Naco na Pedra; o Bife na Pedra. Resultou muito bem e adorei. Enquanto comia, verificava as novidades do dia, tanto em relação a mails como a novidades no www.geocaching-pt.net e até respondi num post dedicado a esta colocação de cache, "A Salto".


Após o jantar, começou a choviscar e o vento estava frio mas como era relativamente cedo e não tinha sono, resolvi começar a tratar de um "dos objectivos secretos" que tinha para esta deslocação; visitar os vértices da "Triangle of History", multi cache que ando a tentar resolver desde o Verão/2006 - esta vai por passos.

Afinal correu bem e antes da meia noite tinha a voltinha do "triângulo da história" feita, coordenadas obtidas e ...era hora do xixi-cama.


Tinha pedido para ter o pequeno almoço cedo, pelas 7h30. Acederam com relutância tentando "negociar a coisa" para as 08h30 mas eu estava decidido e às 7h25 estava na sala de refeições.


Iniciei o regresso a Segura. O tempo estava muito diferente do dia anterior; muito nevoeiro e chuva miudinha. Ia ser um dia de geomolhas e geolama. Mas tinha a lição estudada; obter coordenadas dos locais de acesso à zona ribeirinha, obter coordenadas do local de estacionamento, colocar a cache final e ir pelo lado de Espanha, tentar aproximar-me da Ribera de Erjas (nome espanhol) por um dos vários caminhos que, desde Piedras Albas, se dirigiam para o Rio e que terão sido percorridos, em sentido contrário, pelos emigrantes "a salto".


Correu tudo bem excepto a parte final; conseguir chegar ao Rio pelo lado de Espanha. Tentei variadas aproximações mas acabava sempre por esbarrar em vedações de madeira e arame com placas que diziam, "Coto de Caza Privado". Parece que houve mudanças nas últimas dezenas de anos, quanto à organização das terras do lado espanhol...
A minha ideia era colocar um dos passos no lado espanhol do rio (tinha autorização do approver) para levar os visitantes da minha cache a experimentarem a sensação de passarem a fronteira como o fizeram os emigrantes; Quando o caudal do rio estivesse maior, como estava agora, iam de carro por Piedras Albas e usufruíam apenas do passeio. Quando o caudal do rio o permitisse, atravessavem o rio a pé e iam visitar o ponto do outro lado.

Assim, com a impossibilidade de colocar, nesta altura, um ponto em Espanha porque, por um lado o Rio tinha o caudal muito forte - parece que houve obras e aterros que estreitaram o leito - e, por outro lado, porque foi impossível chegar à outra margem pelo lado de Espanha, levei a cabo o meu plano B; colocar todos os pontos em Portugal, levando os visitantes a verem, sem experimentarem, os pontos de atravessamento do Rio Erges. Mais tarde, passarei pela zona para, então com o caudal mais baixo, colocar o tal ponto em Espanha - como no Inverno se verifica que é impossível atravessar o Rio, o tal ponto na outra margem será opcional ou seja, tanto o ponto 2 como o 3 terão as coordenadas do ponto final para que não seja obrigatório atravessar o rio mas o faça apenas quem queira e tenha condições para tal.

Assim, fiz e nesta sessão de escolher locais específicos, tendo em consideração os variados aspectos da colocação de caches, tirando fotos e coordenadas terminei tudo pelas 13h00.

E prontos. Ficou colocada a cache que mais tempo me levou a planear. Não ficou, por agora, como desejava mas irei mostrar Segura, o Erges e a barragem do Tejo em Espanha à minha família (merecem pela paciência que têm comigo) e, nessa altura, colocarei o ponto opcional na outra margem.


Almocei e comecei então a pensar seriamente no segundo "plano secreto" desta deslocação; visitar a "Epigenia do Ceira". Enquanto comia, lia a descrição da cache, calculava no CoPilot a hora de chegada ao local (18h05, já noite...) e avaliava a metereologia do dia (o nevoeiro tinha desaparecido a meio da manhã mas a chuva continuava a aparecer frequentemente). Como as condições não eram favoráveis e a cache dizia claramente para não ir sózinho, sem luz e com o terreno molhado, desisti da ideia. Estivesse o tempo que tinha estado no dia anterior e conseguisse eu chegar lá antes das 16h00 e tinha lá ido mesmo. Fica para outra altura. Quero mesmo tentar visitar a "Dª. Epigenia".

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Acabei 2006 em força - III - Tejo Internacional

Dias 29 e 30 de Dezembro.


Sexta-feira.

Finalmente chegou a altura de criar a cache que tinha planeado hà mais de uma ano; "A Salto", uma cache dedicada à emigração ilegal, "a salto", às escondidas das autoridades, muitas vezes sem papéis que assegurassem trabalho no País de destino mas cheios de sonhos e esperanças. Impulsionados ou empurrados pelas dificuldades da vida por cá, milhares de portugueses enfrentaram momentos de angustia, escondidos por caminhos, estradas, camionetas, montes ...como se fossem criminosos.

Nos últimos dias tinha feito diversas diligências de preparação, incluindo um mail ao approver das caches em Portugal para me assegurar que as minhas intenções não iriam esbarrar nas guidelines do gc.com. Nessas diligências também obtive informações mais precisas, junto da minha família, àcerca do local exacto em que a minha Tia teria passado a fronteira. Esta seria uma cache que pretendia fazer uma homenagem também a ela. Queria mesmo colocá-la nesta altura do ano porque foi aquela em que ela saíu "a salto" de Portugal.

Devido às últimas informações, que me levaram a alterar os planos que apontavam para fazer uma cache que começaria na zona das margens do Tejo Internacional e incluíriam um percurso extenso que, provavelmente obrigaria a pernoita no campo, decidi fazer duas caches; uma na zona do posto de observação de alados no Tejo Internacional, a "Abutres!" e a cache dedicada à emigração.

Mais uma saída cedinho, antes de as galinhas acordarem, e pelas 9h30 estava em Rosmaninhal. Depois de passar alguns kms mais à frente pela povoação de Soalheiros, acabou o asfalto e foi "navegar" através do ozi, por estradões de terra, até ao local das instalações da Quercus.












Só o percurso até ali já prometia muito. Cerca de 9kms em linha recta mas bastante mais em percurso andado.

Ao longe via os abutres a pairarem no ar, voando em círculos e tirei logo algumas fotos embora a distância fosse grande.

Junto à Quercus, comi umas barritas e fui logar um marco geogésico para o waymarking.

Continuei até ao ponto, junto ao rio onde estaria o posto de observação de alados. Estacionei um bocado antes, junto do início do trilho pedestre e fiz o resto a pé. Chegado à vista do rio, fiquei deslumbrado. Lindo. As duas margens de uma basta vegetação mediterrânica, entrecortada por belos relvados verdes e o rio, imponente, lá ao fundo.












Comecei a procurar maneira de colocar uma multicache e depois de analisar bem a carta do local no ozi, descobri que havia uma casa mais perto do rio, indo por um dos estradões que saíam da bifurcação junto ao local onde decidi deixar o carro. Fui colocar a cache final, tirei fotos e registei as coordenadas.




















Nessa altura reparei que os abutres estavam a voar por cima de mim. Curiosidade? Escondi-me da vista deles e disparei a máquina repetidas vezes. Eram muitos e conseguia ouvir o vento nas penas deles. A excitação era grande e até me lembrei de me deitar no chão, fingindo-me morto mas com a máquina pronta a disparar. Talvez eles se aproximassem e tirasse boas fotos. Sorri da minha ideia mas não a levei a cabo. Afinal, eu estava sózinho e eles pareciam ser muitos. Mais de 20, pensei eu (alguém notou, mais tarde, nas fotos, que eram 37!).


Alguns minutos depois, afastaram-se em direcção à outra margem do rio.











Depois dirigi-me ao local onde me pareceu que poderia "marcar" o início da multicache. No caminho para lá, passei por um dos pontos de alimentação dos abutres de que sabia da sua existência através do site da Quercus. Apesar de não ser surpresa, impressiona sempre ver um animal morto, já sem orelha, olho e faltava-lhe uma pata.




Desagradou-me o facto de ver que os serviços que deixam ali as carcaças de animais mortos em matadouro para alimentar os abutres, também tinham deixado os sacos de sarapilheira com que as levaram para ali - decidi logo que no regresso iria levar os sacos para o trashout.

Segui caminho em direcção ao ponto que seria o inicial da multiccache e, entretanto, pareceu-me ouvir barulho vindo dos arbustos. Parei para tentar ouvir melhor. Lembrei-me que estava perto de um animal morto o que atrai outros... Assaltou-me a ideia ... lobos? Náaa.. Não ouvindo nada, continuei a andar até que, alguns metros mais adiante, ouvi claramente o barulho de dois ou três animais, de passada pesada mas rápida, com o som inconfudível de cascos, a afastarem-se pelo meio dos arbustos. Estou convencido que seriam javalis - também referidos no site da Quercus.








Parei e fiquei com a máquina a postos. Mas, ao mesmo tempo, também um pouco apreensivo porque se fossem javalis e houvesse crias entre eles, os adultos poderiam tornar-se agressivos. Nada. Não vi nenhum animal e os ruídos afastavam-se cada vez mais.







Continuei até ao ponto que tinha decidido ir ser o inicial da cache. Chegado lá, preparei o que necessitava (não vou dizer aqui...) e almocei enquanto admirava a paisagem. Muito agradável e calma. Ouvia claramente o som da água do rio lá no fundo.

De regresso ao carro, levei então os sacos do matadouro e fotografei a pata do borrego e mais alguns esqueletos já sem carne que ia encontrando.













Iniciei então a saída daquela zona com a sensação de ter criado uma cache que me deu muita satisfação.

No percurso de regresso, propositadamente não quis ir pelos mesmo estradões e, no ozi, marquei outro percurso até Rosmaninhal. Queria saborear a região, os montes, salteados por prados verdes, rebanhos, cursos de água, arvoredos mas não em demasia, cursos de água... a atravessarem o caminho... Oopsss!











Ia distraído a admirar a paisagem...



O que vale é que sou um gajo desenrascado. Uma volta pela área. Umas pedras, umas cascas de eucalipto cortado e deixado na beira, umas acelerações para dar balanço ao carro e ir acelerando cada vez mais para que os movimentos de balanço sejam cada vez maiores e ...siga! :-)

Alguns quilómetros mais à frente, cheguei à estrada asfaltada, que vem de Soalheiros para Rosmaninhal, encontrei uns contentores do lixo para lá deixar os sacos que transportaram a carne para os abutres e seleccionei no CoPilot o próximo destino; Segura, perto do Rio Erges.



















quinta-feira, janeiro 04, 2007

Acabei 2006 em força - II - Serra de Grândola













Dia 27

Era finalmente o dia hà muito esperado para ir tentar fazer a cache "Nunca percas o Norte!", uma cache que prometia um bom passeio de btt pela serra de Grândola e um exercício interessante de calcular direcções com base em azimutes - um desafio interessante sem dúvida.

Tinhamos tudo combinado desde alguns dias atrás. Íamos eu, o Hugo (SUp3RFm) Silva e o Paulo Mateus (pmateus21). Um pouco antes da hora marcada, lá estava eu no Areeiro à espera do Hugo e, após uns 15 minutos, quando eu já estava a ficar preocupado, aparece ele a dizer que tinha problemas de saúda na família e que não poderia ir conosco. Primeiro contratempo desagradável e de lamentar. Desejadas as melhoras, iniciei a viagem até Setúbal onde ia apanhar o Paulo.

Chegado junto à casa dele, instalámos a bike no suporte, no tejadilho, e arrancámos para a parte final da deslocação até junto da Serra de Grândola onde chegámos pelas 09h00 sem grandes problemas.

Após os preparativos e arrumado o carro junto a outros, começámos a olhar para o ozi e a tentar determinar o caminho até ao primeiro ponto da multicache.

Logo nas primeiras pedaladas o Paulo nota que o ventinho nas orelhas estava bem fresquinho e nota que de bicicleta se sente ainda mais a deslocação do ar frio. É verdade. Nunca tinha notado!

Após começarmos a subir começo a notar a beleza do local; uma sucessão de arvoredo, relvado, cursos de água e um labirinto de estradas de terra pontilhadas por pequenos escorrimentos de água ou poças não muito extensas ou profundas. Um verdadeiro paraíso para a prática do btt ou, na minha versão mais light, geo ciclo-turismo! :-)

Apesar de alguns equívocos e paragens para sacar o pda e confirmar onde estávamos e se nos tínhamos desviado ou não do percurso decidido, lá fomos aproximando-nos do topo do 1º monte, sem que antes não nos tenhamos cruzado com uns caminhos agora mais enlameados porque a existência de inúmeras ribeiras ou cursos de água provocados pelas chuvas fortes de Novembro assim o determinava. A cada centena de metros que avançávamos íamos apreciando a natureza e trocávamos comentários de agrado. O ritmo das pedaladas não era grande porque o deslumbramento era enorme (ganda desculpa; eu é que estou ferrugento).

Também larguei alguns desabafos quanto à necessidade de realmente comprar um suporte para o pda que se adaptasse também à bike. Parar para tirar o pda e ler a posição e o caminho, não era nada prático até porque em algumas vezes tinha que inicializar o ozi por causa do toques que o pda levava quando estava no bolso e eu pedalava.

Finalmente chegámos ao primeiro ponto e após algumas fotos, o Paulo foi procurar a cache inicial enquanto eu ainda estava a duvidar de qual seria o ponto, ele já a tinha topado.








Mais fotos e abrimos a cache para obtermos a informação que nos iria fazer calcular as coordenadas do segungo ponto. Ambos tinhamos GPSrs com capacidade de projectar um ponto com base no azimute e na distância. Mas, sem o dizer achei preocupante que o Norte que era pedido era o único que os GPSrs não tinham nas opções de projecção de pontos.

Mas adiante. Fizémos os cálculos e até tivemos o cuidado de comparar o nosso destino imaginário com a posição do Sol para não termos que interromper as pedaladas para verificar a direcção de referência. Uma das melhores ajudas que o ozi nos deu foi o de adivinhar o melhor caminho para atravessar um riacho mais caudaloso. Entre subir ou descer montes, optámos por um percurso que nos leváva de volta ao carro e depois percorrendo alguns kms por estradas, íamos chegar ao local desejado de atravessamento, sem grandes percas de energia e tempo. Maravilha de Ozi e dos mapas!

Os nossos cálculos levaram-nos em direcção ao monte mais difícil até ao momento, que nos obrigou a carregar as bikes nas últimas centenas de metros da subida (eu porque não tenho muita pedalada e o Paulo Mateus porque tem uma bike velha e cansada e já estava a dar estalos no desviador da roda pedaleira) mas premiou-nos com a chegada junto à capela da Senhora da Penha que está em muito bom estado (exterior) e num local com um vistas agradáveis.






Fizemos um paragem para descansar, trincar umas barritas de energia, beber água e tirar fotos. Quando estava a olhar para o ozi para verificar o caminho ainda a percorrer, recebo naqueles mesmo instante uma mensagem engraçada do btrodrigues, outro geocacher amigo; 'o norte é para ali ->". Como SMS se sobrepôs ao écran do ozi, a setinha da mensagem ficou mesmo a apontar para o ponto que era o nosso destino.









Foi um momento hilariante (*). Entretanto o autor da cache também enviou uma mensagem a perguntar se estava a correr bem. Respondi informando onde estávamos a a distância que ainda faltava e e que iríamos seguir caminho. Ainda perguntou se o ponto calculado ficava perto de uma ribeira. Respondi que ficava no meio de duas. Pois, aquilo é só ribeiras por todos o lado.





Teminada a pausa, voltámos à estrada passando perto de uma quinta e dos seus cães barulhentos mas eram todos caniches e bastou falar com eles de frente para se calarem e ficarem à espera que nos afastássemos para começarem a ladrar outra vez.

Chegados a cerca de 50-70 m do primeiro ponto, começaram as dúvidas; o local não tinha nada a haver com um bom sítio para esconder uma cache que se deveria fazer essencialmente de bicicleta; o meio de uma ribanceira bastante íngreme, cheia de mato e bastante afastada de ribeiras e caminhos - mato mesmo. Decicimos então experimentar o outro norte; em vez do Norte magnético experimentámos o Norte verdadeiro e lá nos dirigimos para um local que se nos parecia mais promissor. E a busca começou. Mas a desilusão também. É que a desconfiança já era grande; Norte cartográfico nas instruções e o GPSr não nos dava esse Norte, Depois andar a mudar de Norte e agora a procura intensiva não ajudava. Então o Paulo lá disse; "quem não tem cão caça com gato" e leu a dica. Nova procura, agora em locais que correspondessem à dica e nada. Entretanto vem nova mensagem do autor a perguntar se estava tudo bem e eu dei a nossa posição mas pedi-lhe que não nos desse as coordenadas (Purista...) que ele já estava a dispôr-se para dar. Veio a confirmação; andávamos completamente desnorteados... Estávamos a 1 minuto de diferença nas duas coordenadas. No momento não me lembrava quanto representa em metros um minuto de coordenadas geográficas mas agora já consultei os livros que tenho e minuto é igual a ...1850 metros! É como se nos tivéssemos enganado no ponto cardeal; ir para Norte em vez de ir para Este. Mas na altura não se sabia quanto era um minuto e alargámos a área de pesquisa para procurar em locais parecidos com o descrito na dica. Foi quando dei conta de que uma das luvas tinha desaparecido nas operações sucessivas de triar luvas e pegar no pda para ver a posição no ozi.

Começamos a pesnsar em desistir (éram cerca das 14h00 e não tinhamos almoçado ainda). No caminho de regresso e, volto a repetir, como não tinhamos noção da extensão do erro, fomos verificando o que nos parecesse um local condizente com a dica até que, estando hà alguns minutos parados num caminho, a falar calmamente e sem grande barulho, aparece a cerca de 20 metros de nós, um casal de raposas a aravessar o caminho! Ficaram elas tão surpresas como nós. E enquanto nós ficámos alguns segundos sem reação, elas fugiram cada uma para seu lado; uma para a frente e outra para trás ficando, assim, separadas. Estávamos já de máquina fotográfica pronta, esperando que a raposa que fugiu para trás, atravessasse o caminho em corrida para se ir juntar com a outra, quando... ela fez isso sim, senhor, mas a alguns 1oo metros de distância lá mais para o fundo do caminho. Ficámos sem fotos das raposas... Foi então que o Paulo reparou que a zona estava cheia de sinais frescos de raposa; escavações, restos orgânicos. Os sinais eram mesmo recentes.

Ainda fomos espreitar a ribeira mais caudalosa que ali passava mas concordámos ambos que era capaz de ser "pata na poça" por diversas vezes e decidimos voltar para trás.













O passeio de regresso não deixou de ser agradável - mesmo apesar de não termos dado com o local da segunda cache - porque toda a serra de Grândola parece ter saido de um filme quanto à diversidade e beleza da sua flora.

Chegados ao carro e arrumadas as bikes, almoçámos as nossas buchas e iniciámos o caminho de regresso.

Ficou a grande vontade de regressar, agora com o "equipamento" sugerido na página da cache, satisfeitos e seguros de que fizémos a melhor opção ao recusar ajuda externa.

(*) agora já sei porque não encontrámos o "norte": fomos induzidos em erro pela sms!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Acabei 2006 em força - I - Chança e Guadiana

Já tive diversos hobbies mas acho que nunca estive tanto tempo e tão dedicado a nenhum deles como estou agora com o geocaching.

No final de 2006, que foi um ano complicado no trabalho, levei a cabo uma série de intervenções que tinha em mente hà uns tempos.

Essencialmente, fazer manutenção de algumas caches minhas e colocar uma (que acabou por ser duas) que tinha planeado hà mais de um ano. Mas também procurei.

Começou no dia 26, logo a seguir ao Natal.

Tal como hà uma ano atrás em que fui criar a Os Calvários desta vez fui fazer manutenção porque havia logs a reportarem problemas.

Era para me levantar pelas 4h00 mas algo me acordou pelas 2h30 e não consegui dormir mais. A excitação de ir "perder-me" em volta da Ribeira de Chança era enorme e acabei por me levantar mais cedo do que tinha planeado. Desta vez levei o "Snoopy".

As caches intermédias nr. 2 (tinha desaparecido) e a nr.3 (estava húmida) precisavam mesmo de manutenção e afinei as coordenadas também da última, a final.

Mais uma vez foi um passeio muito agradável, agora com a companhia do "Snoopy" que andava deslumbrado pelo passeio junto à ribeira - ele que é um "cão d'água".





Na parte final, apanhei um grande susto porque, ao longe quando regressava, vi dois carros perto do local onde tinha deixado o meu e não conseguia ver o meu carro. Queres ver que?!... Comecei a acelerar o passo pelos montes e vales (literalmente) em direcção ao ponto de partida para chegar rápidamente mas, acerta altura comecei a ver o meu carro e descansei (Estava já perto da cache nr. 1) mas, ainda assim, fiz os possíveis para que me vissem para que não julgassem que o carro estava completamente abandonado.

Assustei-me a valer com a ideia de ficar sem carro, com o cão à minha responsabilidade e a mais de 200kms de casa...

Ainda na cache inicial, encontrei um log inesperado mas algo engraçado;

22/7/06
Não há livro. nem lapis
assino aqui
Pancinhas, Irene e Zé
Deicho - lápis
Não somos Nabos


Isto, numa embalagem de sementes de ...nabos. Uma das mercadorias que eram contrabadeadas eram víveres, sementes, etc.... e como a cache é dedicada ao contrabando de outros tempos, achei apropriado deixar algumas saquetas de sementes espalhadas pelas 4 caches.








Enfim... alguém que não percebeu o que significa uma multi-cache e que não gostou de ver as sementes de nabos. Como não fez o log na net e nunca vi o login deles, receio que esta minha cache os tenha afugentado...

Chegado ao carro, fomos comer nas mesas que existem por ali e que servem de local de festa onde parece haver ementas ...esqiuistas.
















Quando saí da zona, ainda olhei para o pda para ver se a cache do pcardoso, em Mértola, Return of the Moors, tinha tido como último log um "not found" para ir lá verificá-la. Mas não, era um "found" e não reportava problemas. Segui para Norte.

De seguida, dirigi-me para a Pulo do Lobo para fazer o que eu pensava ser apenas uma visita de verificação por causa do último "not found" e acertei; a cache estava lá e em muito boas condições, considerando que está lá desde 2002 (está num local em que não apanha nem chuva nem sol e só mudei o saco exterior).

Ainda fui mostrar o "Pulo do Lobo", própriamente dito, ao "Snoopy" e ele agachou-se todo com medo que eu o atirasse lá para baixo. O local, com a s quedas de água estrondosas, impressiona até um animalzinho.








Objectivo do dia cumprido e comecei a olhar para o relógio, para o percurso de regresso (fazer cálculo da hora de chegada no CoPilot) e decidi ir tentar procurar uma cache que não estivesse muito desviada do caminho.

A escolha recaíu na Ecopista Beja - Moura.






Um local interessante pelo passado que evoca, uma paisagem de rio lindíssima (mas eu já estava um pouco cheio de rios naquele dia) e uma ponte em ruínas a dizer; "vêm... vêm... vêm..." Mas eu não sou o clcortez e não fui. ;-)

















Fui para casa.




No dia seguinte iria levantar-me cedo outra vez para me encontrar com um geocacher (SUp3RFm) no Areeiro às 7h00.

PS: mas quando é que eu escrevo o "meu próximo post"?

terça-feira, dezembro 12, 2006

Sim, Carolina...

Não era para ser este o meu próximo post... mas este assunto do livro da Carolina já começa a ser demasiado importante para ser ignorado. E é isso mesmo que estes assuntos não poderão ser mais; ignorado pelas autoridades. O Apito Dourado surgiu porque deram porrada num político. Exageraram. Mas antes disto, muito apitos de outras cores houveram que foram abafados por quemtinha responsabilidade de fazer andar os processos ou arquivados como resultado da "greve de zelo" em que a classe judicial anda hà dezenas de anos como vingança de não ter as regalias que deseja do poder executivo. A Carolina poderá aparecer "um destes dias" , que é como quem diz, daqui a uns anos, morta num beco qualquer. Mas aprecio-lhe a coragem. A partir de agora já não hà mais margem para este caso ser abafado ou demorado até que os prazos legais expirem. Já está demasiado publico. E, estamos todos, seja qual fôr a nossa posição sobre o assunto (leia-se côr clubística), com os olhos postos neste caso. Sim, Carolina... acabaste de fazer mais pela dignificação da Justiça do que os próprios Magistrados. É que eles agora têm que se mexer.