Após a agradável criação da cache "Abutres!", desloquei-me até a zona da fronteira em Segura, Rio Erges. A viagem foi brindada com uma paisagem sempre muito verde e agradável.
Chegado lá, fui logo espreitar a fronteira. Deparei-me com uma ponte sobre o Rio Erges, de traça inicial de estilo romano e dois postos fronteiriços; do lado de Portugal, já transformado em Posto de Turismo, do lado de Espanha, aparentemente fechado.


Desloquei-me logo para a zona que tinha referenciada, "atravessou o rio Erges perto de Segura, um pouco para cima dos moinhos, antes da fronteira".
Comecei logo a ficar agradado com o local. Pareceu-me interessante para uma cache mesmo sem tema. Apenas como local.

Andei então o resto da tarde a espiolhar todos os pontos e estradões que se afastam e regressam junto do rio, tendo para isso que desviar algumas árvores que os madeireiros deixaram nas estradas florestais,

Comecei a perceber que ia ser difícil colocar um dos passos da multicache do lado de Espanha porque o rio estava com um caudal considerável (não bastava arregaçar as calças e calçar umas sandálias).

Quando terminei o reconhecimento do local, já escurecia e decidi que tinha que ficar na zona para colocar a "A Salto". Como já estava preparado para isso, foi só fazer o telefonema à Mila e desligar rapidamente o telefone para preservar a saúde dos meus tímpanos.
Dirigi-me então ao centro da povoação onde falei com duas pessoas para confirmar as informações quanto aos locais de atravessamento do rio e indagar sobre locais de pernoita.
Os locais de atravessamento, sim, eram os que imaginava, a pernoita, não, só em Termas de Monfortinho. Ali só havia o "33", um restaurante.
Rumei a Termas já com o Sol posto onde cheguei e fui arranjar dormida e tomar banho. A pensão Batista pareceu-me uma boa solução em termos de preço-qualidade. Simples, sem luxos mas com tudo o que precisava; um quarto aquecido, com casa de banho e TV (vícios...).

Tomei banho e fui jantar a uma restaurante que me indicaram na pensão. Aí escolhi um versão regional do Naco na Pedra; o Bife na Pedra. Resultou muito bem e adorei. Enquanto comia, verificava as novidades do dia, tanto em relação a mails como a novidades no www.geocaching-pt.net e até respondi num post dedicado a esta colocação de cache, "A Salto".
Após o jantar, começou a choviscar e o vento estava frio mas como era relativamente cedo e não tinha sono, resolvi começar a tratar de um "dos objectivos secretos" que tinha para esta deslocação; visitar os vértices da "Triangle of History", multi cache que ando a tentar resolver desde o Verão/2006 - esta vai por passos.

Afinal correu bem e antes da meia noite tinha a voltinha do "triângulo da história" feita, coordenadas obtidas e ...era hora do xixi-cama.
Tinha pedido para ter o pequeno almoço cedo, pelas 7h30. Acederam com relutância tentando "negociar a coisa" para as 08h30 mas eu estava decidido e às 7h25 estava na sala de refeições.
Iniciei o regresso a Segura. O tempo estava muito diferente do dia anterior; muito nevoeiro e chuva miudinha. Ia ser um dia de geomolhas e geolama. Mas tinha a lição estudada; obter coordenadas dos locais de acesso à zona ribeirinha, obter coordenadas do local de estacionamento, colocar a cache final e ir pelo lado de Espanha, tentar aproximar-me da Ribera de Erjas (nome espanhol) por um dos vários caminhos que, desde Piedras Albas, se dirigiam para o Rio e que terão sido percorridos, em sentido contrário, pelos emigrantes "a salto".
Correu tudo bem excepto a parte final; conseguir chegar ao Rio pelo lado de Espanha. Tentei variadas aproximações mas acabava sempre por esbarrar em vedações de madeira e arame com placas que diziam, "Coto de Caza Privado". Parece que houve mudanças nas últimas dezenas de anos, quanto à organização das terras do lado espanhol...
A minha ideia era colocar um dos passos no lado espanhol do rio (tinha autorização do approver) para levar os visitantes da minha cache a experimentarem a sensação de passarem a fronteira como o fizeram os emigrantes; Quando o caudal do rio estivesse maior, como estava agora, iam de carro por Piedras Albas e usufruíam apenas do passeio. Quando o caudal do rio o permitisse, atravessavem o rio a pé e iam visitar o ponto do outro lado.
Assim, com a impossibilidade de colocar, nesta altura, um ponto em Espanha porque, por um lado o Rio tinha o caudal muito forte - parece que houve obras e aterros que estreitaram o leito - e, por outro lado, porque foi impossível chegar à outra margem pelo lado de Espanha, levei a cabo o meu plano B; colocar todos os pontos em Portugal, levando os visitantes a verem, sem experimentarem, os pontos de atravessamento do Rio Erges. Mais tarde, passarei pela zona para, então com o caudal mais baixo, colocar o tal ponto em Espanha - como no Inverno se verifica que é impossível atravessar o Rio, o tal ponto na outra margem será opcional ou seja, tanto o ponto 2 como o 3 terão as coordenadas do ponto final para que não seja obrigatório atravessar o rio mas o faça apenas quem queira e tenha condições para tal.

Assim, fiz e nesta sessão de escolher locais específicos, tendo em consideração os variados aspectos da colocação de caches, tirando fotos e coordenadas terminei tudo pelas 13h00.
E prontos. Ficou colocada a cache que mais tempo me levou a planear. Não ficou, por agora, como desejava mas irei mostrar Segura, o Erges e a barragem do Tejo em Espanha à minha família (merecem pela paciência que têm comigo) e, nessa altura, colocarei o ponto opcional na outra margem.
Almocei e comecei então a pensar seriamente no segundo "plano secreto" desta deslocação; visitar a "Epigenia do Ceira". Enquanto comia, lia a descrição da cache, calculava no CoPilot a hora de chegada ao local (18h05, já noite...) e avaliava a metereologia do dia (o nevoeiro tinha desaparecido a meio da manhã mas a chuva continuava a aparecer frequentemente). Como as condições não eram favoráveis e a cache dizia claramente para não ir sózinho, sem luz e com o terreno molhado, desisti da ideia. Estivesse o tempo que tinha estado no dia anterior e conseguisse eu chegar lá antes das 16h00 e tinha lá ido mesmo. Fica para outra altura. Quero mesmo tentar visitar a "Dª. Epigenia".
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