sábado, outubro 14, 2006

A (in)sensibilidade dos sensíveis

Já várias vezes me vi confrontado com acusações como "Não tens sensibilidade nenhuma!" ou "És um insensível!". Estas, decorrem normalmente em situações em que sou confrontado com alguém que numa determinada situação ou momento está com outra sensibilidade diferente da minha ou em situações em que, por algum motivo, não me apercebi completamente de todos os aspectos da situação. O caso mais recente e que me levou a cogitar estes pensamentos, teve a ver com uma intervenção de alguém num forum que frequento, onde se questionou se uma determinada iniciativa altruísta e bem intencionada de prestar um serviço gratuito não solicitado, não estaria a coartar o direito de iniciativa na manifestação da vontade em beneficiar do tal serviço por parte dos beneficiários do mesmo. Esta questão, perfeitamente legítima e aplaudida desde logo, foi esclarecida no sentido em que os beneficiários poderiam ou não aceitar esse serviço, incorporando o objecto material do mesmo nas sua "propriedade intelectual", além de poderem participar no acabamento e/ou aprovação do tal serviço comunitário e que esse mesmo serviço estaria na mesma linha de existência de outros serviços automaticos, não solicitados e com provadas deficiências de formato por serem, exactamente, automáticos e desprovidos de qualquer enquadramento temático. Até aqui tudo parecia bem. Foi colocada uma questão com acuracidade. Foi esclarecida por mais de um membro da comunidade. Eis senão quando, o questinador volta a bater na mesma tecla, usando os mesmos argumentos embora com formato diferente. Mais um caso de posições inconciliáveis... É este o motivo destas minhas cogitações: a sensibilidade ou insensibilidade de se perceber que para diferentes situações se deve usar de diferentes abordagens exactamente porque as situações são ...diferentes. Os argumentos do questionador são no sentido, não declarado mas implícito, de que se devia adoptar uma postura mais formal, o que noutro contexto é perfeitamente correcto e, por exemplo, até a adopto na minha profissão. Mas realçado o contexto em que se enquadrava, um hobby, voltar a insistir na mesma tecla sem apresentar argumentos realmente novos, pareceu-me ser o estar-se a impor aos outros a sua própria sensibilidade e postura perante as situações. Por isso, desde hà muitos anos, quando alguém me acusa de não ser sensível, pergunto a mim mesmo se o meu interlocutor é sensível para perceber que diferentes pessoas têm sensibilidades diferentes perante as mesmas situações ou, até, sensibilidades diferentes perante as mesmas situações mas em diferentes enquadramentos.

terça-feira, outubro 10, 2006

Às vezes apetece-me esbofetear alguém...

Esta manhã, quando ia para o trabalho e saí da A5 para Tires, pareceu-me que a Via Verde acendeu a luz laranja. Fiquei meio preocupado, meio indeciso; Terá sido velocidade? Terá sido dificuldade ocasional de leitura do identificador? Fiquei com o bichinho "atrás da orelha" para tomar mais atenção na próxima passagem... Pela hora de almoço, quando me desloquei do edifício central da empresa para ir para a fábrica, onde ia ter um web-conference com uns alemanheses (ainda piores do que aquele que andou para aí a fazer logs em alemão nas caches) reparei melhor aquando da passagem e vi! Ou seja, não vi. A luz verde não acendeu. Nem a laranja... Prontos... mais um problema. Raios. Continuando o meu percurso, tive o cuidado de já não passar na Via Verde quando saí da CREL para a IC19. Paguei em dinheiro e confirmei com o portageiro que teria que ir a um balcão da Via Verde esclarecer o assunto; pilha, avaria, cartão MB associado? Alguma coisa seria. Durante a tarde, e já depois de ter obtido a morada e horário do balcão do Saldanha (08h30 - 23h00. Bom horario, a pensar em quem trabalha), decidi ainda assim telefonar para obter esclarecimentos adicionais. Foi-me então dito que o problema era falta de autorização do débito directo na conta associada ao cartão MB a que está ligada a Via Verde, porque o cartão foi cancelado... Começando a desfiar as minhas memórias recentes, concluo que a minha ida ao banco na passada sexta-feira, para pedir um novo cartão MB para a minha mulher, porque o dela tinha ficado inutilizado, irreconhecível nas diversas caixas MB onde o testámos, levou a que o banco cancelasse o meu cartão MB... Agora, aqui ando eu sem cartão MB e sem direito a passar na Via Verde. Sinto-me nú. Aposto que o cartao MB da minha mulher se não estivesse inutilizado, continuaria activo e em condições de utilização...

segunda-feira, outubro 09, 2006

Com um vazio na cabeça...

Hoje estou com aquela sensação de que tenho um buraco na cabeça e dentro dele um grande vazio (sim, porque os buracos podem ter coisas lá dentro mas este que hoje sinto, não, está mesmo vazio). Como esperado, lá fui participar na contagem física do armazém da empresa e foi uma tareia das antigas: trabalhei das 9h10 de ontem até às 04h10 do dia seguinte. Hoje. As coisas não foram exactamente como eu esperava (andar a contar caixinhas de medicamentos e fazer lançamentos manuais no sistema) mas, ao contrário, até fiz alguns desenvolvimentos "na hora" que acabaram por ser muito úteis; programas que recebiam dados de um ficheiro excel e, validando todas as entidades, faziam os ditos lançamentos no sistema BPCS no AS400. Foi um sucesso e todos temos a noção de que se não fosse assim, ainda agora estávamos a fazer lançamentos manuais e a facturação não tinha iniciado a actividade normal hoje, no início do dia. Até acabou por ser reconfortante ter sido capaz de contribuir com algo pensado e feito na hora e que acabou por resultar bem. Então, porque só se acabou tão tarde, já madrugada de 2ª feira? É que ao fim de 4 dias de contagens, no Domingo, pelas 20h30 ainda se estava a fazer recontagens e a reconfirmar contagens... Depois foi a saga de introduzir os dados das folhas de contagens em ficheiros excel e passá-los pelos programas de validação e integração que tinha eu feito durante o dia. Como é normal nestas situações, os erros de digitação são mais que muitos mas os erros foram sendo resolvidos (recorrendo a rallies pelos armazém dentro para confirmar identificação de lotes ou localizações) e consequente rectificação até que, pelas 03h00 da matina de 2ª feira, todas os lançamentos estavam validados e integrados e começou o apuramento dos resultados da contagem física mais completa em que já alguma vez participei. Terminou pelas 04h10 da manhã... Como ponto positivo, o administrador delegado teve o gesto simpático de aparecer lá pela 01h00 da manhã com umas sandes para o pessoal comer. Não que eu tivesse fome e até não comi qualquer sandes (eu não perdoei o jantar assim que me apercebi de que dificilmente saía antes da 00h00) mas o gesto foi simpático e muito útil para alguns que já estavam a mordiscar os lábios. Infelizmente, por causa desta tarefa especial que a empresa precisou levar a cabo, não pude ir ao evento de geocaching conduzido pelos amigos geocachers geólogos. Gostava mesmo de ter ido, com a companhia dos rapazes e do Snoopy... Bom, agora vou tapar o buraco com algumas horas extra de sono.