terça-feira, junho 24, 2008

Um negócio da 'China'

Mais ou menos habituado, que estou, a perder sempre para com as grandes empresas ou entidades públicas quando se trata de pormenores tais como, o arredondamento da taxa de juro ou o ser considerado à partida como devedor dos impostos, e ter que ser eu a fazer prova da inocência, ou então a ter que suportar o apetite pelo lucro que as grandes organizações têm em que não lhes basta ter lucro mas, sim, hà que obter o maior lucro possível, mesmo que isso estrangule os seus clientes e os leve ao desaparecimento - leia-se falência -, quando surge um episódio 'ao contrário' é caso para registar. Foi o que me aconteceu hoje, como corolário de um processo de reclamação que já se desenrola hà cerca de um mês; Há dois anos ofereci ao Filipe um leitor Creative Zen Vision M pelo aniversário. Hà uns meses atrás, o rapazito tendo levado o aparelho para a escola (errado!) e tendo-o no bolso, ao levantar-se bateu com a coxa na parte inferior da mesa da sala de aulas e... escaqueirou o 'MP3'. Ficou desolado.... e eu furioso. Bom, como as coisas a nível de escola estavam a correr bem e como um novo aniversário se aproximava, decidi mandar reparar o aparelho. Foi em 19 de Abril. Paguei logo na altura, 15€ para me fazerem o orçamento Exactamente um mês depois, recebo o orçamento que importava ao todo em 148€ pela reparação. Seja. Perto do final do mês de Maio, começo a indagar sobre o andamento do processo - tinham-me dito que o orçamento era a parte mais demorada e que, uma vez aceite, a reparação era rápida e simples - e no dia 29 recebo a notícia de que o aparelho estava reparado e deveria chegar à loja, da grande superfície de equipamentos e electrodomésticos, dentro de dias. Descanso e telefono uma semana depois. A mesma notícia... começo a estranhar tanta demora no envio do aparelho desde as instalações do reparador para a grande superfície. Decorria a greve/bloqueio dos camionistas e pensei que seria essa a causa. Continuei a telefonar e, agora a deslocar-me pessoalmente lá todas as semanas e na última, já quase todos os dias. Passado que foi um mês sobre a aceitação do orçamento, e quase um mês sobre o final da reparação e perante a minha pressão cada vez maior, começou a grande superfície a encarar a hipótese de me fazer uma proposta comercial para, perante o pagamento do orçamento pela minha parte, eles fornecerem-me um equipamento igual ou equivalente. Nos últimos dias, desde Sábado, o contacto por telefone e pessoal foi diário, com grandes secas, é verdade, mas sem desistir porque os anos do Filipe estão mesmo aí à porta. Então ontem, lá avançaram para uma proposta comercial nos termos descritos e que aceitei sem hesitar. Mas não ficou resolvido logo ontem porque a única unidade que tinham era côr-de-rosa e eu, como eu não tinha presente o valor exacto do aparelho para se poder calcular o valor de outro equivalente, tive que lá voltar hoje. Assim, foi e de posse da factura de 2006 (tinham sido 300€) lá se começou a tratar do assunto. Eis senão quando, após umas consultas e uns telefonemas, o funcionário que me atendeu sempre bem, diga-se, começou a tentar dar-me a volta dizendo que como já não havia o aparelho exactamente igual mas havia o côr-de-rosa, que eu não queria, e também não havia o modelo superior (o anterior era de 30Gb e o modelo superior seria de 60Gb, para o qual eu até estava disposto a pagar alguma diferença se fosse preciso), então o que eles poderiam fazer era restituírem-me a diferença entre os 148€ do orçamento total e os 300€ que tinha pago pelo aparelho, aparentemente extraviado no circuito de reparação deles, e eu depois ia à loja comprar o que me apetecesse. Olheio-os de lado, tomei uma postura mais séria e disse-lhes; Meus senhores, a minha intenção desde o início sempre foi a de receber o meu aparelho reparado e pagar a importância do orçamento aceite. Têm aí o aparelho para me entregar? Entreguem-mo e fico satisfeito. Não têm? Não passaram já todos os prazos contratualmente considerados no processo de reparação que ambas as parte aceitaram? Não me fizeram uma proposta comercial que eu aceitei? Então, seguimos em frente com a mesma; eu pago o orçamento todo e os senhores dão-me um aparelho à minha escolha, equivalente em funcionalidades e com valor até 300€. Mais palavra, menos palavra foi o que lhes disse. E assim, foi; resolvidas as burocracias e pagos os 133€, saí de lá com um iPod Classic de 80Gb com, segundo dizem, melhor qualidade de som, mais recente, maior capacidade de armazenamento, no valor de 229€, e reembolsaram-me ainda 71€ em dinheiro para perfazer os 300€. E trouxe factura do novo equipamento que vale como se tivesse sido comprado de forma normal e, por isso, com a garantia total em termos de cobertura e periodo, a partir de hoje. :-)