terça-feira, setembro 01, 2009
Crise de valores ou de identidade
domingo, agosto 23, 2009
A gosto de caminhadas e mato
Mas eu lá sei fazer outra coisa?
Comecei o mês com uma caminhada valente na Serra de Aire. Cache 'Travessia do Javali'. Esperava uma caminhada difícil mas não tanto. O problema principal, para mim, é a constante procura de local de passagem pelo meio da vegetação mediterrânica e dos lapiáses escondidos debaixo dela.
Depois, continuei a 'provar' mato na 'Vale da Lapa'. Chegou a ser deseperante tanto mato onde me vi metido. Isso não estragou o prazer da cache mas era desnecessário se houvesse mais informação -deixei nota.
Embora tenha visitado outras caches pelo meio, continuei com a 'A Caverna'. Uma cache muito interessante, que abordei com o, para mim, espírito correcto, mas a que não consegui resistir à tendência de 'provar' o mato. O relato em dois actos; Um e dois.
Finalmente, a caminhada que estava pensada desde 2007! Não deste modo mas a ideia foi evoluindo e acabou numa óptima realização, na Serra da Estrela.
Rota dos Cântaros e umas migalhas at EveryTrail
Map created by EveryTrail: Geotagging Community
Mapa/percurso interactivo.
Um percurso circular, começado e acabado no Covão da Ametade, onde deixámos o carro, e continuado pelas caches; "Vale da Candeeira", "Cântaro Gordo", com filme, ("Covão Cimeiro" - aguardamos 'ok'), "Cântaro Magro", com filme, "Cantaro Raso", descida a corta-mato até ao Poio do Judeu, "Poio do Judeu", "Vale do Zêzere" e regresso ao carro, com enchimento da bexiga na Fonte da Jonja onde quase ia tomando banho tal o estado de desidratação em que já estava. Neste percurso, o mato foi 'provado', especialmente no Poio do Judeu e após a "Vale do Zêzere".
Durante um mês não quero mais mato. ;-)
quarta-feira, julho 15, 2009
Gerês Julho2009 - caminhadas e aventura

Dia 11/7/2009
'Caminhada solitária'
Há muito que gostava de fazer algo assim. A culpa é do 'almeidara' que andou no seu 'Tour insanidade' o ano passado e deixou-me cheio de inveja. Então, há umas semanas atrás, em conversa com um geocacher do Norte, surgiu a decisão: vou fazer um caçada de dia inteiro, sózinho no Gerês. Para pôr as ideias em ordem e arrumar as emoções. Estar em paz de espírito comigo mesmo.
O objectivo era começar na Cascata do Arado e seguir para 'My blue Lagoon', 'Rocalva', os dois pontos da 'Heart of Darkness', alto do Borrageiro, 'Prado do Vidoal', Portela de Leonte e, estrada abaixo até Vila do Gerês. Objectivo completamente conseguido.


Tinha obtido, previamente, licença junto do ICNB para fazer a caminhada em sossego, sem stress ou risco de ser multado ou, vá lá, sem o receio constante de encontrar um guarda florestal ou vigilante e passar por situações complicadas que de um passado.
Comecei por pedir taxi para me levar à Cascata do Arado - o carro ficou de 'férias' de mim.
Em todas as caches deixei um carrinho para crianças e textos de Torga para adultos (ou será o contrário?) Assim, as crianças descobrem o encanto da procura de um 'tesouro' e os adultos redescobrem o encanto do Gerês, através das palavras de um dos contadores de histórias sobre o mesmo.
Depois, segui para a 'My Blue Lagoon' e fui 4 vezes à água. E era de manhã.
Foi assim;
"
Chegado ao local, armei-me em Tarzan, tirei a roupa - já tinha os calçoes de banho vestidos - e lancei-me à água. Fui directo a um local e, sem óculos nem luz, não vi nada. Voltei para buscar os óculos e lanterna. Voltei ao mesmo local mas agora vi muitas teias de aranha e pensei; "se hà tanta teia de aranha é porque não andaram por aqui geocachers". Depois fui procurar noutro local e .... ..... ..... até que encontrei a cache pelas 11h30. Como queria logar nas calmas e escrever algo com conteúdo, trocar prendas, tirar fotos, etc.... levei a cache para o local base - a laje onde tinha estendido a toalha de ...rio. Depois fui outra vez ao banho para recolocar a cache. Não satisfeito, peguei no tripé e na máquina e fiz um filmezito (tem som) de como se deve apreciar esta cache, na minha opinião.
No total, fui 4 vezes à água. :-) No final, ainda estive um pouco a secar ao sol antes de trocar ...os calções pelas cuecas - momento de alguma tensão, não fosse aparecer alguém mesmo na "Hora Coca-Cola" Zero. Estive no local cerca de uma hora e entre banhos, leitura de logs, secagem ao sol, usufruto da paz e calma do local e mudança de roupa à pressa.... só posso dizer que é uma cache que fica na memória pelos melhores motivos. "
Depois, começou a caminhada a sério. Montanha acima até a Rocalva. É ver o perfil de terreno. :-)
"
A caminhada desde a 'My Blue Lagoon' foi interessante e exigente. Gostei especialmente de percorrer o vale da Carvalhosa no meio de tal silêncio e paz em comunhão com a Natureza, gostei do miradouro da Cabana Pradolã e de ter avistado a Rocalva ao longe pela primeira vez ao atravessar um campo de fetos daqueles que me lembram o 'Jurassic Park', quando os velociraptores aparecem - ainda olhei para trás algumas vezes. A passagem a Oeste, onde se vê o Rio Fafião e a Varanda das Sombrosas (cuja cache já visitei), também foi um momento especial. Estar ali, sózinho, naquele percurso todo, sentir o peso e imponência que me rodeava... é uma sensação óptima.
Eu gosto de caminhadas em conjunto. Quem já me acompanhou sabe disso. Mas também gosto de, de vez enquando, ter estes momentos pessoais. O que se perde em convívio ganha-se em paz de espírito e desfrute da Natureza.
Depois, segui para o topo da Roca Negra, enquanto apreciava uma manada que pastava no prado da Rocalva e um cão me avisava, ao longe, para eu não me aproximar dessa manada. Tudo bem! ;-) "
Na Roca Negra:
"Vindo da 'Rocalva', virei a Sudoeste e fui ao topo da Roca Negra e depois ao ponto inicial desta cache e ao alto do Borrageiro. A caminhada já ia longa mas hà caches que nos deixam vontade de voltar. Esta é uma delas, sem dúvida. E como todos os pormenores tais como o ir ao ponto mais alto do Borrageiro. Depois, foi começar a dar cabo dos joelhos e descer ao Prado do Vidoal, a geira romana até à Portela de Leonte e caminhar a estrada asfaltada até à Vila do Gerês. Quem corre por gosto... "
Dia 13/7/2009
A grande aventura geotauromáquica. :-)
E a maior aventura estava guardada para o dia extra no Gerês.
Apesar da grande caminhada no dia 11, ainda não estava satisfeito.
Então, vi esta cache ...e que bela cache a julgar pela descrição e pela análise do percurso no Ozi!
Ainda estive para vir no dia 12 à tarde mas uma dificuldade de comunicação e o acabar tarde o almoço fizeram-me desistir e ficar no Gerês mais um dia. Excelente decisão. Demorei, desde que saí da Vila do Gerês até que voltei, 9 horas. Demorei, só na parte de caminhada, 5 horas. Mas não se assustem porque eu sou lento. Vejo os passarinhos, as nuvens, os montes, os bois (e eles a mim!). Enfim, desfruto as caches calmamente. Calmamente?! Já se verá mais adiante.
Cheguei ao local proposto para estacionamento pelas 08h20, onde deixei o carro, e comecei a caminhar.
Dois ou três quilómetros adiante tirei o casaco polar. Mais um quilómetro, tirei a polo e fiquei em tronco nú o resto da caminhada. É que eu, quando caminho na montanha sózinho, tenho um problema com a roupa. Depois (agora) fico todo vermelho com umas tiras brancas nos ombros. Verry fashion.
Chegado lá acima, junto do ponto inicial, ia-me dando um chilique: tinha que subir a um cabeço que parecia o Gigante de Adamastor! Ok, bamos lá!
No ponto inicial, ia tendo outro chilique; a chave não estava lá como era suposto... até que li uma nota deixada que indicava que a cache final estaria aberta... Bom, estivesse ou não, iria até ao fim e se não conseguisse abrir a cache e escrever no logbook, faria 'Note' em vez de 'Found'. Para mim, o que interessa são as aventuras e as caminhadas. Não a contagem de founds.
E que aventura me esperava!
Chegado à zona do ponto final, ia distraído a observar a paisagem e a pequena manada de gado bovino (manada Sul) que por ali estava a pastar - Ia com um olho na paisagem e outro nos bois...
Até que chego a um promontório rochoso e após reparar numas ruínas de casa-abrigo a pedirem para serem fotografadas, reparo que a cache já tinha ficado 280m para trás e à direita... Bem, vamos lá tirar as fotos às ruínas e depois vou à cache.
Fotos tiradas, subo novamente ao promontório e tiro mais umas fotos, agora à nova casa-abrigo, um pouco mais a Norte.
Começo a ouvir o mugir algo inquientante de um touro ainda jovem mas perto de mais e a aproximar-se cada vez mais. Começo a observar, espantado, que o touro estava mesmo a dirigir-se-me e a olhar para mim. 'Tu queres ver...'
Após alguns segundos, começo a dizer-lhe que só estou ali pelo 'Found'... mas ele olhava para mim e mugia para os outros que estavam à distância. Parecia que estava a chamá-los...
Depois afastou-se e foi ter com eles. Fiquei mais descansado até que, me apercebi que o touro castanho foi mas é buscar reforços e que agora vinha lá a manada toda (manada Norte), com um touro branco, grande, à frente. Xiça! E eu que ando a controlar o colesterol! Aquilo é carne a mais para mim! Ainda por cima com ossos e tudo! Ála!
Meti a máquina na mochila, às costas (erro....) e fui correndo pela estrada por onde tinha vindo e escondendo-me nos arbustos para controlar a posição da manada Norte e a da manada Sul. Ou seja, eu estava entre duas pequenas manadas de cerca de uma dezena de cabeças de gado cada. Muita carne para mim, realmente!
Mas não era só. Eu queria encontrar a cache e, se a chave estivesse mesmo lá, levá-la para o ponto inicial como é vontade da owner. Então, tinha que atravessar um prado em direcção a Este onde estava um boi grande e a caminhar calmamante para Norte mas a mugir em resposta ao chamamento da manada Norte. Parecia mesmo que estavam a dialogar; "Epah, viste por aí um geocacher em trajes menores? Esse desgraçado veio para aqui mostrar-se às nossas vacas!...".
O erro de ter guardado a máquina na mochila, é que não filmei a minha travessia do prado, com o touro grande (quer dizer, eu penso que é touro mas não fui lá espreitar....), à minha esquerda e a manada Sul à minha direita. E eu a correr pelas clareira e a esconder-me nos arbustos para verificar a situação.
Até que cheguei ao sopé do monte onde está a cache e comecei a subir a correr. Não é que o gado não vá lá mas ali talvez eu seja um pouco mais rápido do que eles ...enquanto tivesse fôlego. Ou então escondia-me dentro da cache ...se encontrasse a chave.
Bom, é tempo de fazer o novo filme e, depois descansar um pouco e procurar a cache. A chave estava mesmo na fechadura... Loguei, deixei prenda (que pena terem-me acabado os textos de Torga...) e arrumei tudo.
Quando me preparava para ir embora, evitando os prados onde estava a manada Sul, reparo que o touro grande que estava no prado que eu tinha atravessado, vinha lá novamente.
Pouco depois, vou embora, pela encosta Este do monte onde está a cache, de modo a não ser detectado pelas manadas. Terreno 3,5 mas era melhor assim do que ser 'toureado' por elas.
Regresso ao ponto inicial desta multi-cache e guardo a chave no seu local próprio, a cache inicial.
Com tanta aventura, esquecia-me de observar a Natureza? Claro que não. Beleza, sem dúvida. Só fiquei estranho que a Roca Alta fosse aquele 'montinho de pedras' ao pé da cache e não o verdadeiro afloramento granítico que está a Noroeste da zona.
domingo, junho 07, 2009
Momentos
Hoje acordei com insónias. Bem, para dizer a verdade, há 3 noites que acordo pelas 4 e não durmo mais. Mas não é isso que me trouxe aqui.
Quando eu era moço, antes e após a tropa, um dos momentos do dia de que mais gostava era chegar a casa e, após o lanche, fechar-me no quarto às escuras, colocar um LPs dos Pink Floyd no gira-discos e sentar-me no velho cadeirão de madeira com os olhos fechados.
Cheguei a ter os LPs deles todos.
Hoje lembrei-me de reviver esses momentos de hà quase 30 anos atrás.
Só abri os olhos para vir postar aqui.
Acabei de ouvir "When The Tigers Broke Free" (porque é que esta não dura 10 minutos?) e estou a ouvir "Turning Away".
Daqui a pouco vou para Sintra cachar com amigos.
Com um nó na garganta.
sexta-feira, maio 29, 2009
A surpresa
- Cláudio, vamos fazer uma surpresa àqueles gajos e aparecer no Pocinho à espera deles?
- Por acaso já me tinha lembrado disso...
Prontos, não era preciso dizer mais nada... nós os dois entendemo-nos bem.
Era só uma questão de obter as necessárias autorizações das nossa mulheres e preparar as mochilas e uns saco-camas para irmos por aí fora os dois, novamente.
E foi giro.
Começou por andar a ajudar o Cláudio a carregar umas hortaliças da horta do Pai dele, aí por volta das 2h00, e depois "entrarmos" com o vsergio, através de um telefonema do Cláudio, onde ele fingia que estava para se deitar e tentava só saber os planos de viagem e garantir que o grupo não fazia uma viagem a mais entre o Pocinho e Barca d'Alva. Tudo isto conosco junto ao carro e preparados para sair.
Nós estávamos a cerca de 2 kms da casa do Bruno, ali ao lado do "contentor laranja", onde o grupo se juntava para partir o que deve ter feito mais ou menos à mesma hora que nós.
Pela caminho, na AE, ainda pensámos que seríamos "descobertos" em alguma Área de Serviço onde parámos mas tal não aconteceu. E às 6h59 estavávamos a desligar o motor do carro, no Pocinho. Arrumámo-lo de modo a não ser facilmente descoberto.
Depois foi esperar pelo grupo e ir enviando umas smss, ora a um, ora a outro, para tentar saber onde eles estavam, sem revelar onde nós estávamos. "Castelo Rodrigo found! :-)" diz-me uma sms do MCA. "Fixe! Bom passeio" respondo eu, do Pocinho enquanto desesperava à espera deles, dando a entender que estava em Lisboa, mas andava a passear na ponte da linha abandonada do Sabor.
Depois lá apareceu a Silvana que nos descobriu quando estávamos a fazer os últimos preparativos das mochilas e, após cumprimentos e de saber que o grosso do grupo já estava em Barca d'Alva, fomos andando para a locomotiva onde esperaríamos por eles para os surpreender quando estivessem a ler os primeiros dados.
Pelo meio, houve fotos e espera da grande mas valeu a pena para ver a surpresa do grupo de Lisboa ao ver-nos aparecer de dentro da locomitiva.
Houve muito momentos deliciosos, muita galhofa, entre-ajuda e vários episódios dignos de registo mas os logs são de quem visitou as caches. Só refiro um em particular e que deu nome à expedição; ao fim de várias horas de caminhada, com cerca de 2/3 da distância total percorrida e após logar-se e arrumar-se a cache no local, o Bruno exclama - Só isto?!
Foi a gargalhada geral!
O resto do relato da expedição fica para os visitantes às nossas duas caches, através dos logs que fizerem na "Na Linha do Douro" e "La Rúta de los Túneles".
Por agora aqui fica a minha reportagem fotográfica.
É pena a vida não poder ter mais e mais momentos destes. :-)