A expedição ao Gerês este ano chamada de '
Por Templos e Minas do Gerês', teve a novidade de ser alargada à participação de amigos que tinham mostrado vontade em nos acompanhar.
Tudo começou com um comentário do Bruno no post sobre a expedição ao Gerês o ano passado, aqui neste Blog.
Assim, por volta de meados de Agosto, começou-se a mobilizar o pessoal e a planear as coisas.
Logo que ficou definido que íamos todos os do grupo habitual (Cláudio, eu, Luís e PH) e depois de definirmos o fim de semana de ida, começou-se a enviar os convites tanto a quem nos queria acompanhar desde Lisboa (Bruno, Costa, Ricardo e Sérgio) como aos nossos companheiros do Norte que também já se habituaram a estas expedições (Team Sagitários e Silvana + Drager e ainda uma convidada nova, a Xinderella).
Depois das participações definidas, foi esperar que as semanas passassem enquanto as mensagens na mailing list se sucediam, desde sobre o que levar até ao tempo e ao alojamento - chegou-se a pensar em pernoitar na montanha mas uma recusa das autoridades fez-nos mudar de ideias.
Chegado finalmente o dia, juntámo-nos perto da casa do 'PH' e lá nos acomodámos em dois carros para rumar ao Norte. Era cerca das 02h00 quando se iniciou a viagem.
Pelas 04h00, parámos na AS do Coronado para abastecer, procurar uma cache, 'one for the road' ali existente e encher os pneus de uma viatura.
Pelas 06h00 chegámos à casa, onde iríamos pernoitar, para deixar algumas coisas (roupas, comida para o segundo dia) e, depois dese nos juntarem o Sagitários e a Xinderella rumámos, em alta velocidade, tal era a excitação, até à Portela do Homem para deixarmos os carros e iniciarmos a caminhada. Aqui começou a desenhar-se uma complicação que teria o seu epílogo horas mais tarde e alguns kms mais a Norte; apareceram uns guardas a dizer que não se podia subir o Trilho dos Carris... Como, quando nos deram a notícia, me pareceu haver pouca firmeza - estariam a brincar conosco? - não levei muito a sério e disse para começarmos a andar depressa e lá fomos.
E foram estes os relatos em cada uma das caches incluídas nessa grande caminhada;
XXL
Foi uma excelente caminhada que começou pelas 01h00 junto à casa do "PH", ali para os lados dos Olivais, Lisboa.
Depois, de deixarmos as cuecas (aka, malas/mochilas com roupa e coisas que não necessitávamos levar no primeiro dia) na Casa da Barca, pelas 06h00, fomos até à Portela do Homem deixar os carros e começámos a caminhada, propriamente dita, pelas 07h20.
Finalmente, a tão esperada expedição "Por Templos e Minas do Gerês" tinha o seu início aguardado hà meses!
11 geocachers a amassar as botas (algumas novas) pelas pedras rolantes acima.
O caminho... bem... já se sabe como é o caminho; um dos mais exigentes troços que se pode percorrer atrás das caixinhas em Portugal. Cerca de 9 kms sempre a subir, em que os primeiros 5 são essencialmente a pisar pedras rolantes.
Na subida, feita em muito bom ritmo - fiquei surpreendido com quem ia à frente! - a certa altura dei com a cascata do outro lado do Rio Homem quase seca e, devido à surpresa e à desilusão, tropecei numa pedra rolante e arranhei um dedo. O que vale é que tinhamos duas simpáticas e carinhosas enfermeiras na expedição.
Desta vez vimos garranos quase a chegar às Minas e quando lá estávamos a chegar, fomos saudados pela red movil espanhola.
Tomámos um reforço de pequeno almoço, onde começou a partilha de petiscos entre a malta - os rissóis, aí os rissóis! - e descansámos enquanto se logava e o PH e o Cláudio foram analisar melhor os detalhes das minas vindo de lá satisfeitos com o que viram.
Eu, é que me portei mal desta vez; em vez de fazer trash out, fiz trash in porque perdi o boné algures (vermelho, com os dizeres 'GeoAcampamento Gerês Agosto 2008' - se alguém o vir, pode ficar com ele)
Umas palavras finais para referir que, quando eu o Lynx e o Sagitário voltávamos do parque de estacionamento da Portela do Homem, onde fomos deixar os carros, fomos informados pelos outros colegas de que tinham passado ali uns Guardas a dizer que não podíamos subir o trilho dos Carris, acima da fonte de pedra, por ser área de Reserva Integral. Como vi algumas caras sorridentes, pensei que estavam a mangar conosco - então, andamos vários meses a planear esta expedição, fizémos directa a conduzir desde Lisboa e não podemos subir?!. Exclamei; "Vamos mas é embora!" Alguém disse; "Isso é o que eu queria ouvir!"
Horas mais tarde levámos uma das maiores rabecadas de que me lembro desde que sou adulto e íamos sendo multados em valores estrondosos... Segundo o Vigilante, desde 1 de Agosto de 2008 saíu uma nova Lei que proíbe completamente a circulação no trilho dos Carris, nas Minas dos Carris e na Nevosa...
Tou às aranhas
Eu bem me parecia que havia de cá voltar...
Foi uma excelente caminhada que começou pelas 01h00 junto à casa do "PH", ali para os lados dos Olivais, Lisboa.
Depois, de deixarmos as cuecas (aka, malas/mochilas com roupa e coisas que não necessitávamos levar no primeiro dia) na Casa da Barca, pelas 06h00, fomos até à Portela do Homem deixar os carros e começámos a caminhada, propriamente dita, pelas 07h20.
Finalmente, a tão esperada expedição "Por Templos e Minas do Gerês" foi realizada.
11 geocachers a amassar as botas (algumas novas) pelas pedras rolantes acima.
A caminhada decorreu em ritmo calmo e agradável com o desfrute da natureza e paragens para descansar, beber água, fotografar...
Desta vez não vimos cabrões mas vimos garranos quase a chegar às Minas e mais tarde quando estávamos a chegar perto da fronteira e depois, ainda, vimo-los quando estávamos na 'esplanada' a almoçar e a levar nas orelhas.
O almoço foi mesmo no alto da Nevosa, a 'esplanada' com vista para as Minas e Pitões das Júnias e, como primeira sobremesa, tivémos a habitual leitura de textos de Miguel Torga pela voz do PH.
Como segunda sobremesa é que já não foi tão bom...
Quando eu o Lynx e o Sagitário voltávamos do parque de estacionamento da Portela do Homem, onde fomos deixar os carros, fomos informados pelos outros colegas de que tinham passado ali uns Guardas a dizer que não podíamos subir o trilho dos Carris, acima da fonte de pedra, por ser área de Reserva Integral. Como vi algumas caras sorridentes, pensei que estavam a mangar conosco - então, andámos vários meses a planear esta expedição, fizémos directa a conduzir desde Lisboa e não podemos subir?!. Exclamei; "Vamos mas é embora!" Alguém disse; "Isso é o que eu queria ouvir!"
Horas mais tarde, quando acabávamos o almoço, levámos uma das maiores rabecadas de que me lembro desde que sou adulto e íamos sendo multados em valores estrondosos... Segundo o Vigilante que nos abordou, desde 1 de Agosto de 2008 saíu uma nova Lei que proíbe completamente a circulação no trilho dos Carris, nas Minas dos Carris e na Nevosa...
Na zona do Trilho do Borrageiro, Encosta da Sabrosa, Rocalva, Roca Negra e diversos prados - nosso objectivo do dia seguinte - só com autorização prévia o que nos levou a mudar os planos para Domingo, mas isso fica para outros logs.
Minas das Sombras
Esta é daquelas caches que, quando aparece, cativa-nos logo.
Se bem que hoje em dia é difícil aperceber-me das caches que me interessam no meio tantas mas hà sempre alguma alma caridosa que me chama a atenção; "Manel, já viste esta?". Assim aconteceu.
Então, logo ficou 'marcada' para a nossa expedição deste ano ao Gerês. Fomos desenvolvendo os planos, definindo, ajustando, etc... conforme os contactos que fizémos no-lo permitiram. De início, os planos era irmos da Portela do Homem, até esta cache, ir à Nevosa, "XXL" e depois fazer a ligação com o Trilho do Borrageiro sem descer o Rio Homem. Dormíamos na montanha, em tenda ultra leves. Lerdinhos... Tivémos que mudar os planos radicalmente. Arranjar alojamento, dividir a caminhada pelos dois dias, com pizza na lenha e bife 'à Barrosã' pelo meio, sem esquecer o retemperador duche antes do jantar.
Mas isto são divagações para outros escritos...
No concreto e na caminhada de Sábado que incluíu esta cache, começámos na Portela do Homem, sim, mas subimos o trilho do Rio Homem porque o Sagitário se lembrou e muito bem, que aquele trilho se faz melhor quando se está fresco e não quando já se tem os pernis amassados.
Então, esta cache ficou para o fim do programa de Sábado, já no regresso à Portela, descendo por terras de nuestros hermanos, depois de nos terem aquecido as orelhas.
Então, depois do almoço na Nevosa, como gosto de andar, arranjo sempre 'desculpas' para dar mais uma voltinhas e desta vez foi o perder do boné algures nas Minas dos Carris.
Assim, enquanto a expedição seguia pelo Altar dos Cabrões mais ou menos em linha recta entre a Nevosa e esta caches, eu fui em 'passo de escuteiro' (40 passos a correr e 40 passos a andar) até aos Carris para não encontrar o meu boné vermelho com os dizeres do acampamento de geocachers deste Verão...
Depois, trata de acelerar mais ainda o passo (40 passos a correr e 40 passos a correr) já na fase descendente do Altar em direção à expedição que ia uns kms à minha frente. Bem... eu só via era topos de rochas no meio da vegetação e eu a saltitar que nem um cabrito por cima deles, a falar pelo PMR com o PH e a pensar que se caisse partia-me todo tal a velocidade (e inconsciência) em que ia...
Mas lá cheguei ao pé deles tão cansado que quando fui beber num curso de água onde pararam para se refrescar, escorreguei e dei tamanha marrada na pedra que nem sei como não parti os óculos...
Depois, lá fomos encosta abaixo, descansadamente a admirar o belo vale que se estendia à nossa frente e a tentar adivinhar onde era o complexo das minas. "Quê? 400 metros é já ali?!" Exclamava para o PH ao vermos o casario pela primeira vez.
Quando lá chegámos, estavam a Silvana e o Grager à nossa espera. Cumprimentos e beijinhos e lá se procurou a cache.
As minas resultam bastante interessantes e houve quem as explorasse melhor que eu e viesse de lá bastante interessado em voltar para se perder por aqueles carris que submergem debaixo de água. Adivinhem quem é...
Mas para mim, só dá o que puder alcançar com os pés calçados de botas e, válá, as mãos livres ou com umas luvas para me agarrar melhor à rocha. Escafandros, fatos de mergulho ou equipamento de escalada já não é para mim. Opções.
Logada a cache e tiradas as fotos que cada um quis, foi tempo de iniciar a longa caminhada de regresso à Portela. Bem, esta cache devia ter um serviço de aluguer de bike. Isso é que era! Descer aqueles estradão nas bikes devia ser muito curtido. Assim, eu e o Cláudio ainda 'tirámos as medidas' ao mato que teríamos que atravessar para evitar aquele longo desvio que a estrada faz para Oeste para depois regressar a Sudoeste... Só ali poupavam-se alguns 5 ou 6 kms... "Se estivéssemos sózinhos...." Dizíamos um para o outro...
A caminhada foi agradável mas um tudo-nada longa para quem queria chegar com luz do dia à Portela. Esta caminhada no final da Primavera deves ser menos stressante poque nessa altura não se está pressionado pelas poucas horas de luz que nos restas. De resto, foi um belo exercício de descompressão das pernas para quem tinha subido o trilho dos Carris, à Nevosa, ao Altar do Cabrões, a andar ou a saltitar...
Chegados à estrada asfaltada, lá fomos nós os motoristas (eu o Lynx e o Sagitário) percorrer o 1,7 kms que nos separava da Portela onde já chegámos de noite para trazer os carros.
Depois, discussão sobre o duche ou não antes do jantar. Cada um fez o que desejou e no fim acabámos o dia de voltar das pizas na lenha e dos bifes `'à barrosã' que o dia teinha sido puxadote. Tão puxadote que ouvi a Silvana e a Graça rirem-se de mim porque eu já fechava os olhos na mesa no final do jantar. Áh pois é! É que depois daquela dose ainda tinha que me entreter com um vinho verde que era um estalo... E um geocacher não é de ferro...
No segundo dia o prato principal era a Fenda da Calcedónia - chegámos a pensar em ir lá de noite no primeiro dia mas o desejo de uma duche e a 'promessa' de um jantar cheio de coisas boas para recuperar as calorias para acabar o dia de barriguinha cheia foi mais apelativo...
No segundo dia, depois de nos despedirmos dos Sagitários que ficaram 'no estaleiro' - pois, pois... ;-) - seguimos para uma voltinha por algumas caches drive-in, com passagem quase obrigatória pela Pedra Bela, São Bento da Porta Aberta e depois o Marco Miliário de Campo de Gerês, subimos à encosta Oeste da Serra do Gerês não para ir primeiro ao Miradouro da Boneca, que esteve planeado para antes de almoço, mas para directamente a uma das mais espantosas caches em Portugal;
Fenda da Calcedónia
Prontos... adivinharam... voltei cá.
Desta vez, inserido na Expedição Por Templos e Minas do Gerês, este ano ampliada a novos membros que tiveram pela primeira vez o gosto de experimentar algo diferente. Algo de excepcionalmento bom; Geocaching no Gerês.
Como cada vez tem a sua história, desta vez os pontos altos foram a subida da Fenda, o almoço no topo da Calcedónia, o Porto de Honra e a logação na 'Calzedónia'.
Muita animação e boa disposição marcaram esta caçada que foi, mais uma vez, um grande prazer.
Bem... até à próxima!
Após o saborear do almoço no topo do maciço granítico da Fenda da Calcedónia, onde estivemos relaxantemente, sem pressas nem fobias de ir procurar mais caches mas, sim, a desfrutar a paisagem, a companhia e o momento, lá nos despedimos do local e iniciámos o regresso.
As caches circundantes ficaram para outra altura que certamente chegará visto que, tenho a certeza, incutimos este 'terrível vício' nos nossos novos quatro companheiros das ...Expedições ao Gerês.
Durante o caminho na AE ainda alguns de nós andaram metidos em buracos e túneis e elevadores para 'fazer' uma 'one for the road' mas isso foi só para desentorpecer as pernas e o espírito das centenas de kms que se percorreram e ainda se iriam percorrer.
Até à próxima, Gerês. Na próxima vez teremos que consultar as autoridades e obter as devidas autorizações mas isso é apenas um pequeno incómodo burocrático que não tem comparação perante o enorme prazer que é o de percorrer aqueles trilhos e subir aquelas encostas. E ir ver os 'Templos' que acabámos por não ver este ano.
2 comentários:
Tinha uma amiga que dizia que o prazer e a dor eram uma e a mesma coisa.
Se calhar ela estava a pensar noutra coisa qualquer que para aqui não interessa, mas não imaginam quão bem me souberam as dores nas pernas e nas costas nestes dois dias de caminhada ;) Nestas situações, o sacrifício, a dor, o mau-estar e o desconforto são compensados inteiramente pelo vento gelado na cara, pela rocha a perder de vista e pelo espírito de grupo.
Obrigado!
Eu, viciado, me confesso...
Ricardo
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