A ideia inicial de acampar no Covão d'Ametade agradou-me imenso e mantive-me fiel a ela até que vi que a adesão ao acampar-se no Parque de Campismo do Pião estava a ser boa. Como também gosto do convívio, lá desisti de acampar sózinho e juntar-me ao outros. Até muito perto da data do evento, alimentava a esperança de poder levar o Filipe - ando hà tempos com vontade de ir acampar com ele em condições de campismo o mais natural possível mas ainda não foi desta.
Para este acampamento, não me poupei a despesas e desde tenda "2 seconds", saco-cama, candeeiro de leds e até bateria suplementar para o PDA, fui comprando. Queria ir preparado para que não faltasse nada e eram adereços que ficavam para utilização futura.
Aproximando-se a data do GeoAcampamento e tendo surgiro várias necessidades de manutenção de caches, comecei a incluí-las no meu percurso a caminho da Serra da Estrela. E comecei também a ver que estava a esticar a corda. Assim, no dia de arranque, quando ia deitar-me dei comigo com a fobia de iniciar a viagem e, em vez de lutar para dormir, resolvi iniciar a viagem à 1h30 da manhã, fazendo uma "directa" a caminho da Serra.
Comecei pela cache do PH em Ódidos. Aqui nada de dificuldades. Cheguei perto das 3h00 e coloquei uma nova tampa na caixa. Penso que a anterior terá voado com o vento quando alguém a visitou e depois teve vergonha de o admitir. É que estava lá tudo e em ocndições. Só faltava a tampa da caixa.
Depois segui para o Aqueducto de Pegões, perto de Tomar, onde cheguei pelas 4h45 e confirmei que tinha mesmo desaparecido. Como estava mesmo escuro e estava por ali um carro (com os vidros embaciados por dentro) não insisti em procurar novo local para colocar a cache que levava no bolso. Segui em frente.
Próxima paragem, Castelo Novo. Não que a cache tenha desaparecido mas as notícias recebidas nos logs e nos telemóvel indicavam que as obras estavam, agora, junto do novo local da cache. É melhor retirá-la por uns tempos e depois recolocá-la. Eram 7h20. Pelo caminho tinha andado a verificar o preço do café duplo em algumas AS... É que conduzir sózinho, sem dormir, é complicado. Parece que é tudo rectas... Por isso, café e umas chapadas valentes na cara para abrir bem os olhos.
Chegeui pelas 08h30 à Parque de Campismo do Pião - mais ou menos ao mesmo tempo do Alcas;
Meu log no 1º Acampamento Geocaching@PT
Após o pequeno almoço de toda a gente, lá começámos o programa para o dia de Domingo, 29. A primeira cache a visitar foi a "Cântaro Magro". Uma cache realmente 'altamente'. :-))
Após esta cache, dirigimo-nos à cache recentemente colcada, a "Lendas e Lagoas". Antes desta cache já alguns tinham ido embora por compromissos particulares mas ainda assim, foi considerada a caminhada colectiva de maior expressão durante este evento. Muito agradável mesmo. :-)
Fui lançando o desafio e ao princípio parecia que ia ter vários companheiros. Depois começaram a desistir até que vi que ia visitá-la sózinho. Mas ia na mesma. O objectivo, anteriormente já planeado com os outros, era partir da Lagoa Comprida, pelo estradão que segue para Este e passa a 3 kms da cache. A distância total era maior do que a porposta na cache mas o terreno era todo dentro da cota dos 1.600 metros e a maior parte em estrada de terra batida. Aliciava-me a ideia de caminha ao longo da Lagoa Comprida, calamamente, apreciando-a e tirando fotos sem me preocupar onde colocar os pés. Tinha idealizado este percurso no dia em que fomos à "Lendas e Lagoas" e estava convencido que seria uma boa abordagem.
No entanto, numa última tentativa de não ir sózinho, lancei o desafio ao Portelada e ele aceitou. Tinha planeado ir com os outros visitar caches a caminho de Lisboa mas pareceu-lhe bem ir comigo a esta mais difícil de lá levar a companheira e deixar as outras para quando trouxesse a mulher a dar um passeio. Só colocou uma 'condição' que me pareceu bem; ir-mos no Jimny dele e abordar a cache conforme sugerido na descrição. Foi uma óptima escolha e significou para mim a estreia em passeios em veículo TT.
Depois da estreia em ver nevar ao vivo, agora a estreia em TT. Gostei e confesso que já deitei o olho a
Para mim, porque estava cansado e ainda tinha que montar a tenda e precisava de descansar, foi o fim da actividade de caçadas para aquele dia. Outros foram visitar mais algumas caches e alguns, à Covilhã para fazer compras para a churrascada. Um dos tais momentos de agradável convívio que o acampamento em conjunto prometia.
À noite, na hora de adormecer, custou-me um pouco que o pessoal se tenha detido junto à minha tenda a falar alto e a rir - tinha feito a tal 'directa' e estava rebentado com os kms, de condução e o dia bastante duro em termos de caches visitadas - mas consegui aguentar-me e não estragar o momento de convívio de que eles estavam a gozar. Não sei se eles se calaram antes de eu adormecer ou se eu adormeci antes de eles se calarem...
Domingo, o dia da 'grande prémio'; a "Cântaro Gordo". É daquelas que assustam quando se lê a descrição e se imagina o que será. Tão obcecado eu estava em ir que me esqueci de que tinha dado boleia a alguns colegas desde o Parque de Campismo até ao Covão. Isto sucedeu quando decidimos, eu, o Hugo, o NFreitas e o Alcas, seguir em frente depois dos restantes membros do grupo terem desistido por ter começado a nevar assim que subimos uma vintena de metros. É a única coisa de que me envergonho - o esquecimento da boleia. Quanto ao resto, tinhamos pensado em ir até ao local da primeira cache, na Lagoa dos Cântaros.
Este episódio teve coisas chatas, como a referida acima, mas também teve coisas engraçadas e curiosas; andar a 'fugir' à GNR, Serra acima, o Alcas, a certa altura e depois do Hugo e do NFreitas já terem sido alcançados, a dizer 'Eu só quero fotografar a Lagoa! Eu só quero fotografar a Lagoa!". O termo-nos escondido atrás de um rochedo para verificar-mos a nossa posição no Ozi em relação à Lagoa que teimava em não aparecer e afinal já estava 200m atrás de nós, mais a Oeste, o meu diálogo com os GNRs...
Nunca me esquecerei deste episódio como um mais engraçados que já vivi no Geocaching. E nem tudo foi negativo; gostei de ver o brilho nos olhos dos GNRs enquanto liam o inquérito presente na primeira cache e respondiam expontâneamente às perguntas... o eles acharem 'isto' muito giro - "Havemos de fazer o percurso completo proposto nesta cache..."
Quanto a mim, não me admiraria nada se um fim de semana destes me apanhar a caminho dela, nem que seja sózinho. Acho que gostaria de fazer o percurso todo até às Pistas de Neve e depois descer a pé a estrada até ao Covão d'Ametade.
Depois, quando regressámos aos carros, dirigimo-nos todos metidos num carro de 2 lugares (eu e o Alcas fomos no porta-bagagens numa situação algo cómica) e fomos buscar os outros que tinham ficado perto da Torre. Quando
chegámos. tinha nevado tanto em cima deles que nem se via o buraco da fechadura para abir as portas.
Regressámos ao Parque para mudar de roupa e almoçar. Entretanto aparece o Portelada e junta-se a nós uma vez que nos ímaos manter na Serra. Como os outros tinham saído da Serra e ido vistar caches para outros lados, decidimos seguir para a "Escalada para o Paraíso" e a "Star Mountain" - esta estava-me entalada hà cerca de dois anos por causa do ponto 2; desta vez com outro GPSr lá dei com ela, enquanto pedia para não me dizerem nada mas alguém ainda deixou escapar 'Já lá estiveste com a mão nela'... Realmente, com as visitas que a 2ª micro teve este fds, estava bem enterrada e não se via mesmo enfiando o nariz no local. Fomos seguindo os restantes pontos enquanto nos dirigia-mos à "Earth cache" do Daniel. Ainda na "Star", aconteceu outro episódio engraçado; deixei o pessoal perto do local turístico do ponto 3 e fui estacionar mais à frente onde tinha espaço. Ao parar o carro e porque o Portelada tinha-me dito para ir olhando para o GPSr, ao sair do carro verifiquei que estava a 1,2m da cache. "É já!". Comecei a procurar e verifiquei que "tinha estacionado a roda esquerda do carro em cima da cache". ;-)
Terminados todos passos da 'Star Mountain", dirigimo-nos finalmente à cache do Daniel. Entretanto o Alcas ia insistindo em se parar para petiscar qualquer coisa numa tasca. Chegou mesmo a ser insistente de modo a que a subida até à "Zêzero Gacial Valley Earth Cache" foi salpicada por alguns diálogos engraçados porque eu fui mais depressa do que devia, o Alcas queria era a tasca, e os outros já olhavam 'lá para baixo' a cada curva que eu fazia 'a abrir'. Feitas as diligências para o log e uma fotografia 'à Portelada' lá nos dirigimos para Manteigas enquanto tentávamos combinar o jantar com o resto da malta. Mas não foi possível porque eles estava longe e iam jantar por lá. Apesar de ser cedo, 19h15, decidimos jantar ali. A escolha correu muito bem para quem pediu o prato de carne - um regalo para os olhos de todos e, parece, para o estômago do Hugo e do NFreitas. Tenho que voltar àquele restaurante para comer aquele prato - o meu, bacalhau "à não sei o quê", foi uma 'porcaria'...
Dirigimo-nos ao Parque e terminámos a noite no café-restaurante do mesmo, em frente a uns Licores Beirão e umas Aguardentes de Zimbro. A noite estava ventosa e fria e havia que "aquecer". Quando os outros chegaram, ocorreu outra vez a cena de conversas e risadas de um grupo enquanto outros tentavam dormir. Desta vez agravado pelo facto de um dos elementos dormir e ressonar profundamente enquanto outros 'reclamavam' ressonando, ou roncando, para ver se o acordavam enquanto o resto da malta mandava bocas e ria - a certa altura ainda lancei para o ar que ia chamar a GNR mas não perceberam o 'recado'... Sou dos que não têm dificuldade em acordar cedo, "muito cedo", mas, na hora de adormecer, preciso mesmo de silêncio. Mas pronto; a vida em convívio com malta nova tem destes pequenos precalços que não estragam em nada o positivo que foi o Evento mas, apenas, registo.
Último dia do acampamento. O meu objectivo era a "Nave da Mestra". Para mim, a primeira das caches na Serra da Estrela que são realmente desafiantes (as outras são as dos Cântaros).
Após termos mais ou menos planeado ir-mos alguns, abordando a cache a partir da Lagoa Comprida - aliciava-me a ideia de caminhar ao longo dela, apreciando-a e tirando algumas fotos sem me preocupar onde pôr os pés enquanto caminhava - o pessoal foi desistindo mas o Portelada aceitou o desafio - deixaria para uma passeio com a namorada o raid a outras caches no Centro e preferia visitar esta comigo porque parecia mais difícil e desafiante. Sugeriu apenas que se abordasse conforme está na descrição da cache, ou seja, de TT a partir das Penhas Douradas e resultou numa óptima experiência para mim. Tal como o ver nevar ao vivo, também nunca tinha andado de TT e gostei muito (até jácomecei a 'olhar' para Jipes mas não dá...). O Portelada também se estreou em caminhadas mais a sério para chegar a uma cache e penso que esta ficou na memória de ambos como uma das mais interessantes em Portugal.
O meu log tri-partido;
1a parte
2a parte
Final (com fotos e filmes).
1 comentário:
Uma excelente discrição de um grande fim-de-semana. E parabéns pela Cântaro Magro e a Nave da Mestra - duas caches de sonho!
Lynx Pardinus / Ricardo Silva
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